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sábado, 25 de abril de 2015

redação sobre você

sábado, 25 de abril de 2015
A folha em branco espera para que eu comece a preenchê-la, mas tudo o que tenho para escrever é como aqueles olhos me deixaram em transe, não é isso que a folha espera, tenho que desenvolver assuntos como economia do país. Não é sobre isso que consigo escrever. Poderia falar sobre como sou completamente apaixonada até pelas coisas imperceptíveis, poderia fazer um artigo sobre suas cores e seus mistérios, mas não é isso.
Poderia descrever detalhadamente a textura da sua pele e como era incrível senti lá sobre a minha, grifaria todas as partes dos teus poemas favoritos e deixaria claro que: de qualquer voz citando os poemas de Drummond, a sua certamente era a melhor. Deveria lembrar que poderia passar horas imóveis apenas olhando para cada expressão e movimento teu, as tuas bochechas coradas eram mais lindas que qualquer outra coisa.
Imprimiria todas as tuas fotos em preto e branco, porque me faz lembrar um ator qualquer de algum filme dos anos 20. Não poderia me esquecer de que jamais me incomodaria com você ao meu lado fumando seu Marlboro, e que todas as vezes que escutar qualquer música dos Wipers, principalmente Follow Blind, meus pensamentos vão correr até você.
Deveria contar todas as tuas estórias malucas (e todas as piadas sem graça também) e os teus sonhos, tem todas àquelas vezes que você culpava o seu signo por ser tão fraco e sentimental, e sobre as minhas coisas favoritas em você, certamente, destacaria todas as vezes que você colocava seus cabelos castanhos para trás da orelha, sua cara de sério, e sua cara de bobo quando estava assistindo o seu filme preferido.
Então, poderia terminar dizendo que naquele momento em que você me olhou segurando uma guitarra, bebendo uma cerveja no bico, com os cabelos caídos no ombro e aquele all star velho e sujo, que era lindo, qualquer uma teria se apaixonado.

Mas não é nada sobre isso que eu tenho que escrever, entretanto é a única coisa na qual consigo pensar. 

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